Assunto foi discutido no 4º webinar da série “Antibiotic Reduction” da Biomin, com a presença da Dra. Nicole Kemper, professora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Hannover (Alemanha).
Os fatores que levam à caudofagia (mordedura de cauda) tem diversas origens, que provocam esse comportamento anormal dos suínos, com impacto direto na sua saúde e bem-estar. “As lesões na cauda mostram que algo não estava indo bem”, alerta Nicole Kemper, professora da professora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Hannover (Alemanha), convidada para o 4º webinar da série “Antibiotic Reduction”, promovido pela Biomin, empresa de soluções naturais para a alimentação animal do Grupo Erber. A especialista apresentou várias medidas preventivas, cuja implantação nas granjas, combate o canibalismo entre os animais.
A União Europeia proibiu, em 2008, o corte da cauda de suínos lactentes, procedimento comum em muitos países, inclusive o Brasil. A justificativa é o bem-estar animal. “Essa medida (o corte da cauda) tinha como objetivo evitar o canibalismo. A legislação europeia mostrou que o atendimento às necessidades básicas evita essa prática hostil entre os animais e, também que, ao manter a cauda, a produção é beneficiada. Por ser uma prática agressiva, a eliminação resulta em animais menos estressados, que se alimentam melhor”, completa Nicole Kemper.
Para a estudiosa da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Hannover (Alemanha), a prevenção precisa começar bem cedo. Ela recomenda que o produtor esteja atento às interferências ambientais que levem a situações estressantes, como superlotação e disputa por água e alimentos. “A implementação de boas práticas no manejo deve ocorrer em todas as etapas do ciclo de desenvolvimento dos suínos. E isso envolve desde a compra de leitões saudáveis, sem predisposição a esse tipo de comportamento, ao acompanhamento rigoroso do protocolo de vacinação. O gerenciamento de lotes também precisa ser eficiente, com o agrupamento de animais de mesma idade e tamanho, buscando minimizar as possibilidades de concorrência”.
Evitar a caudofagia é um processo que leva tempo. Por isso, é importante que a granja tenha um plano de ação em caso de ocorrências. “Ao notar sinais de lesões, o produtor precisa tratar e separar os suínos afetados, além de identificar e isolar o mordedor. Quando separado do restante, é preciso entender quais motivos o levaram a esse comportamento. Uma medida simples para diminuir o estresse desse animal é oferecer materiais destrutíveis que não apresentem risco à saúde e o mantenha ocupado”, destaca Nicole Kemper.
A melhoria das condições ambientais, em termos de abastecimento de água e de alimentação aos animais, também é recomendada. O ponto central é, explica a especialista, que o suinocultor precisa evitar ao máximo causar estresse nos animais, monitorando diariamente temperatura, recursos e oferecendo estímulos a eles, como o uso de feno, palha picada e pellets de alfafa, disponíveis na Europa.
Fonte: Giovanna Borielo
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